Sindicalistas do mundo debatem mais direitos e combate à exploração da mão de obra

 

Os debates sobre a luta e a resistência dos trabalhadores de todo o mundo em relação à exploração da mão de obra e à necessidade de mais proteção social nortearam o XV Congresso da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses-Intersindical Nacional (CGTP-IN), que ocorreu entre os dias 22 e 24 de fevereiro, em Portugal.
Dirigentes de cerca de 90 centrais sindicais de todo o mundo participaram do evento, com destaque para a presença de sindicalistas da Palestina, em meio a uma guerra que matou milhares de pessoas. Todas as centrais brasileiras enviaram representantes. Eusébio Pinto Neto, presidente do SINPOSPETRO-RJ e da Federação Nacional dos Frentistas, e José Pereira dos Santos, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos, representaram a Força Sindical Nacional.
Além das questões do mundo do trabalho, o Congresso fez um chamado aos sindicalistas sobre a importância da conscientização política da classe operária, para que possam enfrentar o capitalismo, que explora a mão de obra, rouba recursos naturais e destrói o meio ambiente.
A desigualdade, em níveis insustentáveis, devido à acumulação de riqueza pelo grande capital, aumentou a pobreza da população mundial. A discussão sobre a necessidade de integração sindical no mundo visa romper com o modelo imperialista, melhorar a vida da classe trabalhadora e reduzir a jornada de trabalho, sem perdas nos salários.
MULHER
A igualdade de direitos e oportunidades de trabalho para as mulheres foi um dos tópicos mais debatidos durante o Congresso. As sindicalistas assumiram o compromisso de defender a igualdade como um direito humano fundamental.  De acordo com o relatório apresentado no evento, as mulheres são as mais afetadas pelo desemprego, pela precariedade, pela pobreza e pela exclusão social. O documento demonstra que não há igualdade nem justiça social quando milhares de famílias são excluídas de uma vida digna.
SEGURANÇA E SAÚDE
O desafio central do movimento sindical é assegurar os direitos dos trabalhadores, bem como a segurança e a saúde no ambiente laboral, diante da ofensiva neoliberal. Além de defender o emprego, as entidades de classe devem adotar estratégias para combater a precariedade no local de trabalho. A atuação dos sindicatos é fundamental para a adoção de medidas para proteger a saúde, a integridade física e mental dos trabalhadores, além de prevenir acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.
SINDICALIZAÇÃO
Num tempo em que o capitalismo reforça a sua natureza exploradora, a ação dos sindicatos transcende a luta por melhores salários. O movimento sindical deve se estruturar e desenvolver atividades para despertar a consciência de classe e as lutas das massas. As organizações de classe devem desenvolver ações para incentivar a militância e estabelecer metas ambiciosas para a sindicalização, uma vez que, sem os associados, não há sindicato. A união dos trabalhadores ao movimento sindical acaba com o individualismo, propagado pelo capital, com o único objetivo de enfraquecer a luta por melhores salários e condições de trabalho.
TECNOLOGIA
O desenvolvimento tecnológico representa um grande desafio para o mundo do trabalho e para os direitos dos trabalhadores. Essa transição precisa ser analisada e enfrentada pelo movimento sindical. A digitalização, as plataformas digitais e o teletrabalho são uma realidade crescente. Sendo assim, é preciso combater a exploração de muitos trabalhadores, como ocorre nas plataformas digitais.
COMUNICAÇÃO
A informação desempenha um papel importante no esclarecimento e na dinamização das iniciativas do movimento sindical. As entidades de classe devem usar a tecnologia como aliada para coordenar, divulgar suas ações e interagir com os trabalhadores. A comunicação pode unir e mobilizar os trabalhadores, além de deter informações falsas, ataques ideológicos e tentativas de desacreditar a luta sindical.
CONFLITOS
O Congresso da CGTP-IN, que representa aproximadamente 600 mil trabalhadores portugueses, também tratou dos conflitos e das guerras. Os sindicalistas relataram os massacres que ocorreram no Oriente Médio, na Europa e na África, que vitimaram milhares de trabalhadores. Além disso, foram destacados os problemas enfrentados pelos trabalhadores da América Latina que lutam contra o imperialismo americano, como no caso de Cuba, que permanece sob o bloqueio dos Estados Unidos.
Matéria puplicada no site Rádio Peão Brasil

 

 

Fonte:  Força Sindical – 26/02/2024