Frente Ampla em Defesa do SUS realiza ato para reivindicar melhorias no sistema

 

Em defesa do sistema público e dos trabalhadores da saúde, a CUT-SP, sindicatos e demais organizações que compõem a Frente Ampla em Defesa do SUS, foram às ruas na última sexta-feira (5).

A primeira manifestação aconteceu em frente à Secretaria Municipal de Saúde, no bairro da Liberdade, e contou com sindicatos e movimentos sociais da área da saúde. Já o segundo ato foi concentrado na Secretaria Estadual de Saúde, na região do Hospital das Clínicas.

O secretário de Saúde do Trabalhador da CUT-SP, Valdeci Henrique (Verdinho), salientou que o SUS, criado em 1988, precisa de fortalecimento.

“Deixar a saúde, que é o bem mais precioso na vida de uma pessoa, nas mãos do capital é retrocesso. Defender o Sistema Único de Saúde é papel de cada cidadão, é o nosso direito”, ressalta Verdinho.

Sob o atual governo do presidente Lula, alguns importantes projetos foram retomados, como o Programa Mais Médicos, o aumento dos níveis de vacinação no país e a participação social por meio de conselhos da saúde.

Na esfera estadual e municipal, um dos principais embates é a privatização dos serviços por meio de contratos com Organizações Sociais da Saúde (OSSs), que carecem de regras e diretrizes nacionais. Segundo dados de 2020, os gastos das Organizações Sociais de Saúde cresceram R$ 1,6 bilhão em 4 anos em meio ao descumprimento de metas e falta de fiscalização.

Outro caso de terceirização que piorou a vida dos moradores é o que ocorreu no Serviço Funerário de São Paulo: após a concessão, o preço do sepultamento aumentou em até 400% na cidade.

Para os trabalhadores e trabalhadoras do setor, o governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes são considerados “inimigos da saúde” ao promoverem uma política de sucateamento dos equipamentos de saúde, com redução de investimentos e congelamento dos concursos públicos, ao passo em que muitos se aposentam e geram uma sobrecarga aos que estão na ativa.

“Precisamos de mais concursos públicos e contratações para aliviar essa sobrecarga de trabalho. Trabalhamos de 12 a 15 horas por dia”, pontua Ivonildes da Silva, da direção do SEESP (Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo).

Essa falta de trabalhadores é sentida, neste momento, nas ações de enfrentamento à dengue. De acordo com o Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep-SP), servidores que estão na linha de frente do combate à dengue estão atuando sem folgas, inclusive aos fins de semana e feriados, para dar conta das demandas. “É impossível atender uma população de 12 milhões com apenas 1.954 servidores municipais como agentes de endemias”, diz trecho da nota divulgada pela entidade.

“Em São Paulo, o SUS está em risco, pois existe o desejo e o propósito, por parte do prefeito e do governador, de terceirizar todos os serviços e, dessa forma, os trabalhadores, que serão ainda mais desvalorizados. A população precisa compreender que essa é uma luta de toda a sociedade, pois traz impactos no atendimento”, afirma Lourdes Estevão, dirigente do Sindsep-SP.

Vale relembrar que esses profissionais foram altamente impactados durante a pandemia de Covid-19, quando também ocorreu sobrecarga de trabalho e falta de EPI’s (Equipamento de Proteção Individual).

As atividades antecederam o Dia Mundial da Saúde, em 7 de abril. A data foi instituída em 1948, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo de conscientizar a respeito das questões da saúde e qualidade de vida.

 

 

 

Fonte:   Laiza Lopes e Rafael Silva – CUT São Paulo / Foto: ELINEUDO MEIRA (CHOKITO) / SINDSEP – 09/04/2024